Dr. Guilherme Costa
A artrodese cervical por via anterior com Cage Autobloqueado é uma intervenção cirúrgica inovadora destinada a tratar diversas condições cervicais. Este artigo oferece uma visão detalhada sobre as indicações, o procedimento passo a passo, a recuperação pós-operatória, bem como os benefícios e riscos associados a essa técnica.
Indicações
Esta técnica é frequentemente indicada para pacientes que apresentam instabilidade cervical, degeneração discal, hérnias de disco, espondilose (artrose da coluna) e outras condições que afetam a coluna cervical e comprometem a estabilidade da região. A artrodese cervical visa proporcionar estabilidade e alívio da dor em pacientes que não responderam adequadamente a tratamentos conservadores.
O paciente é posicionado de maneira apropriada na mesa cirúrgica deitado de barriga para cima, permitindo boa exposição para o acesso à região cervical anterior. É importantíssimo, antes do início da cirurgia, checar se o posicionamento permite boa visualização da coluna cervical com o raio-X intraoperatório (chamado de escopia ou radioscopia).
Toda cirurgia cervical é realizada com auxílio da monitorização neurofisiológica intraoperatória (ou potencial evocado intraoperatório). A monitorização é realizada por médicos neurologistas e fisiatras, que compõem a equipe cirúrgica com objetivo de aumentar a segurança do procedimento e de avaliar a resposta de função do nervo após a descompressão dessas estruturas durante a cirurgia.
Uma incisão é feita na parte frontal do pescoço para acessar a coluna cervical. A incisão pode ser realizada tanto pela direita quanto pela esquerda, sendo a escolha conforme a preferência do cirurgião.
Os tecidos moles e vasos sanguíneos são cuidadosamente afastados para expor as vértebras cervicais. Esse acesso é feito basicamente afastando as musculaturas da região, o que colabora para uma dor menor no pós-operatório.
Pode parecer estranho pois é um fato desconhecido de quase toda a população, mas a coluna está mais próxima da parte da frente do pescoço do que da nuca (parte posterior) – em média essa distância varia de 5 a 6 centímetros da pele.
O disco intervertebral comprometido é cuidadosamente removido com auxílio de lupa de magnificação ou microscópio, proporcionando espaço para o cage autobloqueado.
Figura 1. Exemplos de lupa de magnificação quem podem ser utilizados para ampliar a imagem dentro da cirurgia, aumentando a eficácia e a segurança do procedimento.
Figura 2. Exemplos de cages bloqueados disponíveis atualmente. O bloqueio pode ser feito com parafusos ou âncoras.
O espaço intervertebral é preparado para acomodar o cage autobloqueado com a retirada completa do disco intervertebral e com a ressecção de osteófitos (os famosos bicos de papagaio) e da artrose uncovertebral (quando presente). Após esse preparo minucioso o cage é inserido entre as vértebras para promover a fusão óssea e a estabilidade local.
O cage autobloqueado, muitas vezes preenchido com material de enxerto ósseo, é inserido e posicionado para proporcionar estabilidade. O cage é projetado para promover a fusão entre as vértebras (fusão é também chamado de artrodese), e pode incluir características autobloqueadoras para aumentar a estabilidade inicial.
Figura 3. Radioscopia (raio-X intraoperatório) em perfil evidenciando o bom posicionamento do cage que está bloqueado (estabilizado) com 2 parafusos, um para cima e um para baixo. Imagem de artrodese do nível C56 em perfil.
Após a conclusão do procedimento, a incisão é fechada com suturas e a pele é fechada um tipo de sutura chamada de intradérmica, com o objetivo de deixar a cicatriz cirúrgica a mais discreta possível, e um curativo é aplicado.
Dr. Guilherme Costa
O tempo de recuperação varia entre os pacientes, em média retornando às atividades laborais leves após 2 a 4 semanas. Trabalhadores que realizam mais esforço físico em média podem retornar após 6 a 8 semanas. O retorno às atividades físicas mais intensas pode ocorrer entre 4 e 8 semanas, dependendo da evolução clínica e da reabilitação inicial.
A fisioterapia desempenha um papel essencial na recuperação, auxiliando na reabilitação, no ganho de movimento, no controle da dor e no fortalecimento da musculatura cervical.
Figura 4. Raio-X em perfil realizado durante o acompanhamento evidenciando o bom posicionamento do cage e dos parafusos, assim como o bom alinhamento da coluna cervical.
A fisioterapia desempenha um papel essencial na recuperação, auxiliando na reabilitação, no ganho de movimento, no controle da dor e no fortalecimento da musculatura cervical.
Estabilização Eficaz: A artrodese cervical com Cage Autobloqueado proporciona uma estabilização eficaz da coluna cervical, aliviando a dor e melhorando a funcionalidade.
Preservação da Altura do Disco: A técnica permite a preservação da altura do disco intervertebral, evitando colapsos e deformidades.
Autobloqueio para Estabilidade Adicional: A inclusão de características autobloqueadoras no cage contribui para uma estabilidade inicial, reduzindo o risco de movimentos indesejados.
Riscos
Como em qualquer procedimento cirúrgico, há riscos de complicações, como infecção, sangramento e reações à anestesia.
Dificuldades na Fusão: Em alguns casos, pode ocorrer dificuldade na fusão óssea, exigindo monitoramento cuidadoso e, eventualmente, procedimentos adicionais.
Lesão Vascular ou Nervosa: Dada a proximidade de estruturas vasculares e nervosas, há um risco mínimo de lesão durante a intervenção, embora seja raro com uma técnica precisa e com medidas de segurança.
É imperativo que os pacientes discutam detalhadamente com seus ortopedistas sobre as indicações específicas, benefícios e riscos antes de optarem pela artrodese cervical por via anterior com Cage Autobloqueado, garantindo uma tomada de decisão informada e personalizada.
Sobre
Bem-vindo ao consultório do Dr. Guilherme Costa, ortopedista especialista em cirurgia da coluna vertebral com uma abordagem diferenciada e foco no bem-estar do paciente. Com uma sólida formação acadêmica em instituições de renome, traz consigo um vasto conhecimento aliado à experiência prática, garantindo um tratamento de excelência. Sua expertise é marcada pela aplicação de técnicas modernas e minimamente invasivas, visando não apenas tratar as condições ortopédicas, mas também minimizar o desconforto e o tempo de recuperação dos pacientes.
Além disso, o compromisso do Dr. Guilherme Costa com a atualização constante reflete-se em sua prática clínica, onde ele se mantém atualizado com os avanços mais recentes da cirurgia da coluna. Seu objetivo principal é oferecer um cuidado personalizado e eficaz, focado na busca do alívio das dores e na melhoria da qualidade de vida de cada paciente. Aqui, você encontrará um ambiente acolhedor e profissional, onde sua saúde e bem-estar são prioridade.
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