Restaurando a Estabilidade e Aliviando a Dor na Coluna Vertebral
A cirurgia de correção da escoliose degenerativa é uma abordagem avançada projetada para tratar deformidades da coluna vertebral associadas ao processo degenerativo. Este texto aborda as indicações para o procedimento, o passo a passo da cirurgia, a recuperação pós-operatória, bem como os benefícios e riscos associados a essa intervenção especializada.
Indicações
A escoliose degenerativa é frequentemente associada ao envelhecimento e à degeneração dos discos intervertebrais. A cirurgia de correção é indicada quando a curvatura da coluna vertebral causa dor persistente, comprometimento funcional significativo, ou quando abordagens conservadoras não proporcionam alívio adequado.
Passo 1: Avaliação e Planejamento
Antes da cirurgia, é realizada uma avaliação abrangente, incluindo exames de imagem detalhados (radiografias, ressonância magnética e tomografia computadorizada), para determinar a extensão da deformidade e planejar a estratégia cirúrgica mais apropriada.
Passo 2: Posicionamento do Paciente
O paciente é posicionado na mesa cirúrgica de maneira a facilitar o acesso à coluna vertebral, levando em consideração a localização e extensão da deformidade. Além disso, a depender da técnica cirúrgica adotada, o paciente pode ser posicionado em decúbito ventral (de barriga para baixo) ou decúbito dorsal (de barriga para cima)
Passo 3: Incisões e Exposição Cirúrgica
Incisões são feitas na região das costas ou através do abdome (anterior ou lateral), a depender da via de abordagem escolhida, permitindo o acesso à coluna vertebral. Os tecidos moles são cuidadosamente afastados para expor as vértebras afetadas pela escoliose degenerativa.
Passo 4: Osteotomias e Liberação
Parafusos e hastes são cuidadosamente posicionados nas vértebras ao longo da curva da escoliose. Essa fixação proporciona estabilidade à coluna vertebral e serve como base para a correção.
Passo 5: Correção da Curva
A manipulação cuidadosa das vértebras é realizada para endireitar a coluna vertebral e restaurar a altura adequada. Técnicas específicas são empregadas para alcançar uma correção tridimensional (correção do alinhamento nos eixos coronal, sagital e axial).
Passo 6: Fixação e Instrumentação
Parafusos e hastes são cuidadosamente colocados nas vértebras ao longo da curva da escoliose. Essa fixação proporciona estabilidade à coluna vertebral, permitindo sustentar a correção da deformidade.
Passo 7: Enxertos Ósseos e Fusão
Enxertos ósseos são frequentemente colocados entre as vértebras para promover a fusão óssea e estabilidade a longo prazo. Dispositivos específicos podem ser utilizados para facilitar a fusão.
Passo 8: Fechamento das Incisões
Após a conclusão da correção e fusão, as incisões são fechadas com suturas, e um curativo é aplicado.
Recuperação Pós-Operatória
O tempo de recuperação pode variar, mas os pacientes geralmente permanecem hospitalizados por alguns dias (em média 4 a 5 dias). Os pacientes permanecem com um dreno, chamado de dreno portovac, com o objetivo evitar a formação de hematomas profundos no local da cirurgia. Esse dreno é removido no dia alta hospitalar.
A fisioterapia desempenha um papel crucial na recuperação, ajudando a fortalecer os músculos das costas e a otimizar a função da coluna vertebral. O retorno às atividades laborais leves pode ocorrer após aproximadamente 6 a 8 semanas, enquanto atividades físicas mais intensas são gradualmente reintroduzidas ao longo de vários meses.
Benefícios
Correção da Deformidade: A cirurgia proporciona uma correção significativa da deformidade, restaurando a estabilidade e o alinhamento adequado da coluna vertebral.
Alívio da Dor: Muitos pacientes experimentam alívio substancial da dor associada à escoliose degenerativa após o procedimento.
Melhoria na Qualidade de Vida: A correção da escoliose degenerativa frequentemente resulta em uma melhoria significativa na qualidade de vida, permitindo uma maior funcionalidade.
Complicações Gerais
Como em qualquer cirurgia, existem riscos de complicações, incluindo infecção, sangramento e reações à anestesia.
Pseudoartrose
A falha na fusão óssea (pseudoartrose) é uma complicação possível que pode exigir revisão cirúrgica.
Lesões Nervosas: Dada a complexidade do procedimento, há um risco mínimo de lesões nervosas, embora seja raro com uma técnica cuidadosa. Toda cirurgia para correção da escoliose degenerativa (ou escoliose do adulto) exige a utilização da monitorização neurofisiológica, que controla a função dos nervos durante todo o procedimento. A monitorização é parte importante da segurança durante as manobras para correção da curvatura, sendo essa etapa feita com pequenas correções intervaladas com testes para controle da função dos nervos para garantir a segurança e proteção.
A cirurgia de correção da escoliose degenerativa é uma abordagem eficaz para tratar deformidades significativas da coluna vertebral associadas ao envelhecimento. No entanto, é fundamental que os pacientes discutam detalhadamente com seu ortopedista sobre as indicações específicas, benefícios e riscos antes de optarem por esse procedimento, garantindo uma tomada de decisão informada e personalizada.